Antes de tudo, friso que não sou analista de investimentos e que não faço recomendações (nunca venderei nada este blog, pois não é meu intuito ganhar dinheiro com isso, mas apenas ajudar aqueles que estão vivendo na Matrix, imersos no fenômeno da "corrida dos ratos" - veja mais aqui - a abrirem os olhos).
Para você entender minha evolução na jornada em busca de independência financeira e o racional utilizado, o fechamento dos meses antecedentes encontram-se na coluna FIRE IN THE HOLE deste blog. Se você é iniciante, sugiro nunca ver o fechamento de um único mês, mas a sequência deles para compreender qual é a estratégia adotada a fim de você não correr o risco de chegar a falsas conclusões.
Neste post, farei a exposição do fechamento de maneira diferente com texto ao invés de gráficos. Talvez, os caros leitores apreciem mais dessa nova maneira.
DIVISÃO DO PATRIMÔNIO:
RENDA FIXA: 60,1%
RENDA VARIÁVEL: 39,9%, sendo 26,4% em FIIs e o restante em ações no Brasil e nos EUA
TESOURO DIRETO:
Préfixado 2022: 1,9% (taxa média de rentabilidade: 6,46%)
Préfixado 2023: 0,4% (taxa média de rentabilidade: 5,329%)
IPCA + 2024: 19,3% (taxa média de rentabilidade: 3,249%)
IPCA + 2026: 19,9% (taxa média de rentabilidade: 2,622%)
IPCA + 2035: 20,2% (taxa média de rentabilidade: 3,641%)
IPCA + 2040 com juros semestrais: 5,9% (taxa média de rentabilidade: 3,36%)
IPCA + 2045: 32,4% (taxa média de rentabilidade: 3,396%)
IPCA + 2050 com juros semestrais: irrisório (taxa média de rentabilidade: 3,51%)
DIVIDENDOS RECEBIDOS NO MÊS:
JAN/2020: R$ 674,30
FEV/2020: R$ 777,00
RENTABILIDADE MENSAL DA CARTEIRA:
JAN/2020: -1,81%
FEV/2020: 2,79%
PATRIMÔNIO x IPCA:
Desde 04/2019 (início dos aportes), o patrimônio valorizou-se 14,78%, ao passo que o IPCA acumulado no período é de 5,40% de acordo com ANBIMA (aqui).
Primeira observação. Se você ainda não leu, dê uma olhada neste post em que explico como e porquê mudei as alocações de renda fixa e variável em minha carteira no último mês com a entrada de uma verba relativa à venda de parcela de imóvel. Por não me sentir mais confortável com tanta exposição em renda variável, especialmente em FIIs, o salário do mês de fevereiro, além do montante da venda do imóvel foram destinados, integralmente, ao Tesouro Direto, o que fez minha posição aumentar consideravelmente neste ativo. Como já expliquei neste espaço, por ser funcionário público e por poder aposentar apenas entre 2042 e 2045 (a depender de uma nova reforma da previdência), procurei fazer um mix de títulos do Tesouro Nacional com maior foco nos IPCA +, a fim de proteger o patrimônio da inflação, já que a margem dos préfixados para a SELIC reduziu nos últimos tempos. Notem que fiz uma "escadinha". Tenho exposição em todos os IPCA +, com exceção do 2035 com juros semestrais e o 2055 com juros semestrais. Priorizei o IPCA 2040 + com juros semestrais ao invés dos dois títulos anteriormente citados, pois já estarei aposentado em 2055 e pelo fato de em 2035 ter ainda, aproximadamente, 10 anos para me aposentar. Quero receber a grande parcela do valor investido exatamente quando estiver indo para a inatividade. O fato de ter posição no IPCA + 2035 é para formação de um fundo para viagens, já que eu e minha esposa imaginamos que nesta época, a grande parte de nossos animais resgatados das ruas não estará mais viva, o que nos permitirá, finalmente, viajar anualmente, especialmente para o exterior.
Segunda observação. Alguns poderão dizer que estou deixando de ganhar sendo tão conservador. Se o coronavírus fez a B3 despencar, seria hora de comprar ações e cotas de FIIs. Entretanto, acho que até o final do ano, virá nova correção mais forte por causa da eleição presidencial nos EUA, o que repercutirá no mundo todo. Não bastasse isso, não sou nenhum pouco otimista para a situação da economia brasileira com o panorama mostrado hoje. Há de se reconhecer que em ano eleitoral (escolha de prefeitos e vereadores), se não houver diálogo com o Congresso Nacional, o Poder Executivo não conseguirá aprovar nenhuma reforma já programada. De igual maneira, com base em notícias veiculadas na mídia, a classe empresarial já está fazendo muitas críticas a respeito do projeto de reforma tributária. Daí, não sei se será aprovada com tanta rapidez como alguns pensam. E se Guedes pedir para sair?
Terceira observação. Com relação ao meu patrimônio nos EUA, não comprei, mas também não vendi. Grande parte de minhas reservas estão paradas na conta esperando o momento ideal para serem utilizadas. Já falei em post pretérito que iria dolarizar a carteira. Por conseguinte, parece algo contraditório eu fazer um movimento agora em direção ao Tesouro Direto. Concordo, mas o câmbio não está ajudando. Por mais que saibamos que o Brasil tem um histórico muito complicado, emprestar para o governo tem baixo risco, pois, em última instância, basta o mesmo imprimir mais moeda para pagar os credores. Já emprestar dinheiro para empresa envolve muito mais risco, ainda mais nestes tempos em que vejo exarcebação de ganância por parte alguns agentes do meio (como exemplo, gestores de FIIs lançando subscrições de maneira desenfreada em busca de dinheiro barato dos investidores). É preferível ganhar pouco, mas de maneira constante na renda fixa, com baixo risco, do que ter o infortúnio de perder boa parte do patrimônio em apenas alguns dias. Talvez, se fosse mais novo não adotaria tal mentalidade mas com a idade que possuo, prefiro assumir postura mais conservadora.
Quarta observação. Apesar de ter dito que iria fazer reserva de oportunidade no Brasil, com perspectiva de possível perda para a inflação de aplicação no Tesouro Direto SELIC ou CDB 100% do CDI, não deixei nenhuma quantia parada na conta (posso conseguir CDB pagando mais de 100% de CDI, mas em bancos menores, o que me expõe a um risco que não quero correr, lembrando que o FGC - Fundo Garantidor de Crédito não é um poço sem fundo de reservas monetárias). Tenho mudado o meu mindset neste sentido. Se houver uma pesada correção em ações, FIIs, levarão meses ou, mais provavelmente, anos para a recuperação das cotações. Assim, comprando todos os meses, farei preço médio. Não faz sentido manter uma grande quantia de dinheiro parada na conta com possibilidade de perda para a inflação para aplicar especificamente no dia do crash. Não é assim que funcionou nas crises passadas. Até a volta ao bull market, serão várias altas e baixas. E nada impede que cotações caiam ainda mais depois do dia do circuit break. Tal pensamento não será aplicado para a quantia parada nos EUA, pois entra a questão do câmbio, hoje extremamente desfavorável. É possível que o dólar não volte mais a R$ 4,20, mas, ainda assim, prefiro focar agora no Tesouro Direto.