Olá! Tudo bem?
Se é sua primeira vez aqui, conheça um pouco de minha história aqui, aqui e aqui. Recomendo, fortemente, que leia também todos os posts deste espaço para sentir como sou, como penso, pois você pode se identificar com o Mente Investidora. Ler apenas um post pode te induzir a ter uma interpretação errônea de quem eu sou e como busco a independência financeira. Fica a dica.
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Antes de tudo, friso que não sou analista de investimentos e que não faço recomendações (nunca venderei nada este blog, pois não é meu intuito ganhar dinheiro com isso, mas apenas ajudar aqueles que estão vivendo na Matrix, imersos no fenômeno da "corrida dos ratos" - veja mais aqui - a abrirem os olhos).
Não vou entrar na questão política, pois acho que não é o foco do espaço e pelo fato de que para mim, não importa se é esquerda, direita ou centro. Os políticos, de maneira geral, sempre irão colocar seus interesses particulares sobre os da nação.
Na atual conjuntura, muito tem-se discutido sobre o poder que o Estado tem sobre as vidas das pessoas e sua grande influência sobre a economia do país. Restrições ao direito constitucional de ir e vir e atuação direta e relevante sobre o mercado, nem sempre com as melhores decisões, fazem muitos questionarem o papel estatal.
Contudo, não acho que o mundo funcionaria sem a figura do Estado. A meu ver (respeito opiniões contrárias), é utopia achar que um grupo de pessoas é funcional vivendo em um ambiente de total anarquia, sem nenhuma figura de autoridade. O ser humano é egoísta, por natureza. E cobiça aquilo que não tem (tanto o que é necessário, como o supérfluo). Com tantas almas no mundo (espero que esta crise faça que seja instituído um programa global de controle de natalidade, o que já deveria ter sido feito) e escassez de recursos das mais diversas ordens, cada um teria que defender o seu à base da bala, por assim dizer. Não vejo como esta realidade poderia vingar no médio, longo prazo.
No que atine ao "modus operadi" nada ético de nossa classe política, isto existe em todo mundo, mas parece que no Brasil, é algo que faz parte de seu DNA.
Com a reforma da previdência no ano passado, abriu-se um horizonte para contenção dos gastos públicos nos próximos anos, apesar de entender que outra reforma seria necessária em menos de 20 anos. Outras reformas estavam previstas, mas com o clima instalado entre as 3 esferas do poder, acredito que há grande probabilidade das mesmas não saírem do papel tão cedo porque: teremos eleições municipais neste ano (se não acontecer, ficarão para 2021 e todos sabem que em ano eleitoral, os projetos não costumam andar no Congresso Nacional); a classe empresarial, em certa medida, não gostou de nenhum dos projetos de lei de reforma tributária colocados à mesa (a impressão que tenho é que parte dos mais ricos, banqueiros, donos de grandes indústrias e varejistas, não quer pagar mais imposto, deixando a conta apenas para os assalariados); reforma administrativa tem fortes lobbies contrários dos mais variados segmentos do funcionalismo público. Por conseguinte, se nada sair em 2021, nada deve acontecer em 2022, pois é ano para eleição do novo Presidente.
Alguns podem dizer que sou pessimista. Tudo bem. Mas acho que é irrefutável a constatação de que os danos gerados à economia nacional pelo vírus são de uma magnitude jamais vista. Vamos nos basear nos números de desemprego dos EUA. As estimativas já falam em mais de 20 milhões de desempregados lá. É uma economia que tem os seus problemas, mas que, em tese, vai recuperar muito mais rápido do que qualquer outra, até porque, especialmente se Trump for reeleito, o aumento do protecionismo deverá acontecer com migração de fábricas da China para solo norte-americano. O desemprego lá era baixo antes do COVID.
Aqui, a história é bem diferente. Além da economia ser bem menos eficiente, o nível de desemprego já beirava os 12%. Com esta crise, é possível que tenhamos 25/30 milhões de desempregados. Volta da inflação é algo bem real. Talvez, não aconteça neste ano, mas há boa chance para 2021. Se os outros países encerrarem suas atividades na China (já tem notícia a respeito), os custos de vários produtos deverão aumentar.
E como o Brasil tem um perfil muito mais importador do que exportador, iremos sofrer com aumento de preços e provável volta da inflação. Com o regresso da famigerada, nosso poder de compra irá diminuir e o fosso do Real perante o Dólar só tenderá a aumentar. Ademais, com muitos desempregados, vários CNPJs serão encerrados e o mercado acionário (ações e FIIs) poderá ter quedas relevantes ou, no mínimo, ter uma linha lateralizada por bastante tempo.
Como se proteger disso? A meu ver, não há uma resposta. Não vejo, hoje, nenhum ativo que possa me dar rentabilidade com pouco risco. Tenho mais de 50% da carteira em Tesouro Direto IPCA+, mas este aumento da dívida pública começa a me preocupar. Não sei se o Tesouro postergaria ou deixaria de pagar os credores quando do vencimento dos títulos, pois o instrumento perderia credibilidade no mercado. Seria estúpido o governo deixar de pagar credores que emprestar altas quantias de dinheiro à baixa taxa de juros. Mas quem pode garantir?
Neste mar de incertezas, estava pensando em aumentar minha posição no Tesouro Direto IPCA+. Entretanto, apesar de ainda acreditar ser improvável o governo não pagar os títulos, não posso colocar todos os ovos em uma única cesta. Só diversificação salva.
Daí, conforme já salientei em outros posts, não resta outra alternativa a não ser dolarizar, o mais rápido possível, pelo menos 50% de minha carteira previdenciária. Mesmo que o mercado acionário nos EUA não vá muito bem pelos próximos anos (de um lado, temos a dívida astronômica do governo e de outro o fato de que os EUA tem um poder de recuperação econômica formidável), vou compensar possíveis perdas com o ganho na cotação do Dólar.
É possível que haja desvalorização do Dólar por causa da injeção de dinheiro no mercado pelo FED. Isso seria ruim para quem recebe em Dólar, pois o poder de compra seria comprometido. Mas, como moro no Brasil, recebendo e gastando em Real, e sendo o Real uma moeda muito mais fraca que o Dólar, não seria tão afetado.
Se, hoje, a cotação do Dólar está por volta de R$ 5,20, é plenamente viável imaginar chegando aos R$ 6,00 ao final do ano, até porque a equipe econômica disse, por mais de uma vez, que não irá segurar. Sinceramente, não vejo o Dólar recuando aos R$ 5,00. Assim sendo, acho que quanto mais rápido eu dolarizar parte do patrimônio, melhor, lembrando que, no meu caso, o panorama de investimentos é por volta de 25 anos (daqui a 25 anos, a cotação do Dólar poderá ser de R$ 10,00, facilmente).
E para mim, a hora de começar este plano de dolarização é agora, já que o patrimônio acumulado é relativamente baixo. Para quem tem muitos ativos em Real, fazer esta mudança levará anos, se não décadas.
A minha esperança é conseguir um cartão de débito ou crédito internacional vinculado à conta em Dólar que me possibilite não só pagar os gastos de viagens ao exterior que pretendo fazer no futuro, mas também, quitar as despesas que tenho no Brasil. Mesmo que para isso, tenha que viajar aos EUA, já que a legislação do país não permite a abertura de conta via remota.
Como já tenho conta na TD Ameritrade, a rota mais fácil seria abrir uma conta bancária no TD Bank, o que permitiria o acesso ao cartão de débito ou crédito internacional. De outro turno, como tenho conta na Avenue, aguardo para o segundo semestre notícia de possível implementação de cartão de débito ou crédito internacional para a sua clientela.
Este é o meu raciocínio. Acredito, piamente que, no longo prazo, o fosso entre as cotações do Dólar e Real só tende a aumentar. Então, se hoje eu pago por volta de 5,15 Reais em 1 Dólar, daqui a alguns anos, um único Dólar poderá estar valendo 7 reais. Com o cartão de débito ou crédito internacional, vinculado à minha conta bancária nos EUA, poderei, no decorrer dos anos, usar a mesma quantidade de Dólares para quitar uma conta cada vez maior em Reais. É como se eu virasse um estrangeiro, recebendo em Dólares, vivendo no Brasil, com custo em Reais.
Acredito que desta forma, vencerei a inflação interna com o benefício de não ficar com tanto patrimônio concentrado no Brasil.
Este cenário, em contrapartida, só fortalece o meu pensamento de que não faria sentido emigrar do país no futuro após a aposentadoria do serviço público, pois o meu vencimento é em Real e o câmbio perante o Real ou Euro jamais me será favorável. Um belo dia, poderia chegar à conclusão de que não conseguiria mais me manter vivendo lá fora, tendo que regressar ao Brasil.
Ademais, vemos relatos de alguns estrangeiros que recebem em Dólar, Euro ou outra moeda mais forte, optando por morar em países com custo de vida mais baixo, exatamente para ter em seu favor o benefício da cotação cambial.
A única maneira de aniquilar este problema seria ter uma fonte de renda na moeda do país em que você pretende viver. Pensando em EUA ou Europa, você teria que ter muito patrimônio em Dólar ou Euro que pudesse gerar uma renda passiva que lhe trouxesse tranquilidade para passar o resto de sua vida lá fora, o que, lamentavelmente, não é o meu caso.
Para finalizar, faço indicação de um canal no YouTube (link aqui) que descobri na última semana. Otávio Paranhos mostra que vai priorizar o investimento no exterior, exclusivamente, via ETFs, dado que seu risco é menor do que fazer stock picking de stocks e REITs, já que você está adquirindo uma cesta com inúmeros ativos. Se um ou alguns forem mal, você ainda teria um número muito grande de ativos para fazer a compensação e para este plano funcionar, não seria necessário ter um número muito grande de ETFs. Já conhecia esta estratégia, mas como achei a apresentação do tema pelo Otávio tão interessante e bem fundamentada, passei a seguir o seu espaço.
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Olá MI, gostei do seu ponto de vista, diversificar nunca é demais, ainda não possuo conta no exterior, você gosta a TD Ameritrade?
ResponderExcluirSábio Investidor, obrigado pela visita.
ExcluirAbri a conta na TD Ameritrade recentemente. Fiz um aporte, via Remessa On Line. Após, comprei alguns ativos. Tudo muito simples. Não usei o aplicativo, mas o próprio site que tem uma boa plataforma com bons recursos. Você consegue adquiri ativos listados nas bolas americanas e canadenses.
Realmente, dá um pouco de trabalho para abrir conta na TD Ameritrade. É mais custoso que abrir, por exemplo, na Avenue ou Passfolio, mas acho que vale a pena.
Tenho conta também na Avenue. Não quero deixar tudo lá fora em uma única corretora.
Você tem um tutorial em https://www.comoinvestirnoexterior.com/como-abrir-conta-na-td-ameritrade/
Qualquer dúvida, é só chamar.
Sucesso!
Abraço.
Se correr o bicho pega , se ficar o bicho come !
ResponderExcluirNão vale tomar tanto riscos. A qualquer momento, vem um golpe de estado ou outra coisa no Brasil. Por que vou ficar com todo meu patrimônio preso aqui? A meu ver, não faz sentido algum.
Excluirah mas acho que o dolar vai cair sim, e se o dolar cair a 4, vc estará tranquilo?
ResponderExcluirOlá, Anônimo! Tudo bem? Respeito sua opinião, mas acho IMPOSSÍVEL o Dólar voltar a R$ 4,00. Isto é utopia. Por curiosidade, leia este artigo: https://economia.uol.com.br/cotacoes/noticias/redacao/2019/08/29/dolar-maxima-historica.htm?cmpid=copiaecola
ExcluirPara o Dólar voltar a este patamar, a meu ver, a economia do Brasil teria que dar um salto de qualidade estupendo, a fim de atrair investimentos estrangeiros. Assim, maior volume de Dólares no mercado. Aí, entra a regra da oferta e procura. Quanto mais Dólares disponíveis, o preço tende para baixo.
Ademais, por causa da crise, o mundo todo está fazendo o flight to quality, isto é, comprando títulos da dívida americana que também são vinculados a Dólar. Mais um motivo para encarecer o Dólar.
Então, se o seu objetivo é ter parte do patrimônio não vinculado a Real, comece o quanto mais e foque no preço médio. Se o seu horizonte de aportes é mais de década, lá na frente, vai agradecer por ter começado cedo, pois a cotação estará muito mais alta.
Abraço.
Ótimo Post M.I!
ResponderExcluirDiversificar, quando com uma carteira tão grande, é muito sábio.
Tem artigo novo! Passa lá e dê uma força!
https://is.gd/Aportehoje
Olá, Mente Investidora!
ResponderExcluirMuito bom seu post. Apesar de ter começado recentemente com os investimentos, pretendo começar a estudar sobre os investimentos em dólar, pois concordo com sua visão da necessidade de ter uma parte da carteira em moeda forte.
Porém dada a atual conjuntura e o dólar na casa dos R$5,3, vale a pena investir por exemplo em BDR's nesse momento? Será mesmo que o dólar não volta pra uns R$4,5 pelo menos por um período? Fico muito dsencorajado de pagar mais de 500 reais numa ação que custa menos de 100 dólares..
Abraço!
Engenheiro Tardio, obrigado pela visita!
ExcluirEu me arrependo de não ter começado antes no exterior. E conselho a quem não começou a fazer o mais rápido possível.
Sei que a economia norte-americana já tinha problemas e a dívida estatal aumentou muito depois desta monumental injeção de recursos no mercado depois da crise do vírus.
Mas, ainda assim, acho que os EUA vão se recuperar bem mais fácil e rápido do que o Brasil que, além de já ter graves problemas econômicos, possui um ambiente político muito ruim. Imaginemos que tenhamos um golpe de estado. Eu, particularmente, não ficaria tranquilo com meus ativos no mercado nacional.
Daí, diversificar, inclusive no exterior, não é opção, mas imperativo.
E vá por mim. Esqueça Dólar a R$ 4,50. A tendência, no longo prazo, é o Dólar só encarecer perante o Real. Foque no preço médio.
O problema de BDR é que tem pouca liquidez e é um instrumento de investimento destinado apenas a investidores qualificados, isto é, que possuem mais de 1 milhão de reais no mercado financeiro.
Se é complicado fazer stock picking nos EUA, comece por ETFs bem diversificados.
Sucesso!
Abraço.
Realmente, eu não tenho dúvidas de que os EUA se recuperam melhor e mais rapidamente do que o Brasil. Aqui, além de termos que lidar com uma pandemia, temos a contribuição de um sistema político que está em ruínas..
ExcluirObrigado pela informação sobre BDR! Não havia pesquisado mais a fundo ainda. Já dei entrada na abertura de minha conta na TD Ameritrade, e pretendo começar o quanto antes a investir por lá. Você acha que vale mais a pena pegarf um ETF do que escolher algumas boas empresas? (tipo Apple, Amazon, Google)
Amanhã, vou postar o fechamento do mês e você verá
Excluiro que tenho lá fora. Para quem está começando, eu iria de ETFs (você pode acompanhar https://www.instagram.com/leomaranhaobr/, https://www.instagram.com/otavio.paranhos/).
Sucesso!
Abraço.