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sábado, 5 de outubro de 2019

A vida é feita de sacrifícios

Continuando nosso bate-papo de ontem (aqui). Vocês devem ter notado que minha vida, especialmente após o casamento, sofreu vários percalços (boa parte deles provocada por mim mesmo) e que alguns sacrifícios foram feitos, seja de ordem financeira ou não.

Não posso culpar ninguém pelo rumo que minha vida tomou e pelas decisões que tive que adotar. A responsabilidade é minha, somente minha. Me vitimizar não fará eu crescer e evoluir como ser humano. Obviamente, não posso negar que há alguns momentos em que fico depressivo (falaremos mais sobre isso futuramente), imaginando como minha vida poderia ter sido mais fácil. O fato de eu ter adotado tantos animais, com certeza, foi o acontecimento mais determinante, até agora, de minha existência (mais do que o próprio casamento) e trouxe uma quantidade considerável de sacrifícios que continuo a ter que fazer (não viajo há sete anos e eu e minha esposa não podemos sair juntos, pois os cães sentem a nossa ausência e começam a uivar - imaginem dezenove cães uivando ao mesmo tempo). Daí, para não ter problemas com a vizinhança, fomos obrigados a adotar esta conduta.

Para alguns, isso pode soar estranho. Outros devem achar que sou doente por deixar que animais regulem, em certo grau, minha vida. Entendo as críticas, mas a resposta que dou é que EU TENHO UM COMPROMISSO. Se eu resgatei os animais em situação de abandono e por temer que eles sejam novamente abandonados e/ou sofram maus tratos (lembrem-se que sou integrante de uma ONG de proteção animal e sei como o ser humano pode ser cruel com um animal), tenho o compromisso de me responsabilizar por eles, estando sujeito a suplícios. Faz parte. Num mundo de hoje em que boa parte dos indivíduos foge de qualquer tipo de responsabilidade e que não quer se comprometer com nada (a baixa taxa de natalidade nas grandes economias mundiais é reflexo de jovens preferindo morar com os pais ou viverem sozinhos a ter que contrair matrimônio), aos olhos deles, devo parecer um alienígena.  

Com estas restrições cotidianas e pelo fato de eu e minha esposa termos um modo de vida mais frugal e não termos prole (o que, inegavelmente, gera uma despesa alta por décadas), consigo poupar aproximadamente 70% do total do salário ao mês. É uma exceção. A maioria não consegue poupar mais do que 30%. Se você não consegue ir tão longe, não se deixe abater. Não vá dizer: - Puxa, o Mente Investidora vai alcançar a liberdade financeira bem mais rápido do que eu! Ressalto que você pode não conseguir atingir este patamar de aporte mensal, mas, em contrapartida, você pode ter a liberdade de viver o presente que eu e minha esposa não possuímos, dadas as problemáticas levantadas acima. Daí, note que cada um tem a sua vida. Sempre com seus prós e contras, nunca 100% perfeita. Não fará bem ao seu lado psicológico ficar comparando a sua realidade com a minha, pois são totalmente díspares. VIVA A SUA VIDA!!! 

O mesmo argumento vale para a escolha de investimentos. A grande maioria dos investidores não estuda. Entram em grupos de aplicativos de mensagens, participam de encontros presenciais, lives, fazem cursos, ouvem podcasts, com o único e exclusivo intuito de saber qual é o investimento com menor risco que tará a maior rentabilidade no menor tempo possível (quem já não ouviu um indivíduo perguntando qual será a próxima Magazine Luiza?).

Hoje com a Internet, é muito fácil acessar conteúdo sobre investimentos. E boa parte das pessoas que gera este conteúdo prega uma realidade idealizada, de forma intencional ou não, para atrair audiência. Quem já não se deparou com propaganda de trader dizendo que ganha uma quantia espetacular por dia? Quem já não se deparou com proposta de participar de um grupo de investimento que tem todas as características de pirâmide financeira? Quem nunca ouviu um influenciador dizer que a bolsa sempre está barata e crises financeiras são fake news.


Aí, vem a seguinte indagação a uma pessoa com este padrão de conduta: - Se o seu guru financeiro mandar você pular do penhasco, você o fará cegamente? Delegar decisões aos outros, seja de cunho financeiro ou não, é cometer suicídio. Você ficará refém de seu "mestre" eternamente. E se o mestre morrer? Você irá acabar com sua vida? Sempre irei enfatizar neste espaço de discussão a importância da pessoa assumir sua cota de sacrifício para se poder alcançar alguma coisa. E na seara de montagem de carteira previdenciária, estudo, apenas estudo, fará você tomar as melhores decisões. 

Aqui, faço mea culpa. Este ser imperfeito que vos fala já pagou por cursos para aprender a investir no mercado financeiro. Sim, exatamente o que você ouviu. Mas como sempre gosto de ressaltar, vivemos para evoluir e, hoje, olhando para trás, digo que não valeu a pena de maneira plena. Inegavelmente, os cursos aceleraram meu processo de aprendizagem, mas só fez ratificar o meu pensamento de que o melhor caminho a ser trilhado é aquele em que você busca o conhecimento por conta própria (bons livros, a meu ver, são o melhor caminho), faz suas observações, usa o bom senso e, sem pressa, realiza o seu juízo de valor. Isto não é garantia de que você irá acertar sempre, mas é a melhor maneira, a meu ver, de você se sentir confortável psicologicamente falando, mesmo tendo perdido dinheiro, pois você tem a consciência de que não fui induzido por ninguém a praticar tal ato (se você não delega a escolha de seu parceiro afetivo para outrem, por que você o fará com as economias de toda a sua vida?). A decisão foi sua, baseada em suas premissas. Então, que sirva de lição e vida que segue!


Amanhã, novo post.

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Até lá! 

Um comentário:

  1. VIVA SUA VIDA!!!

    Muita gente deveria ler isso.

    É muita gente querendo colher seus frutos, sem enfrentar seu plantio.

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