Sou o Mente Investidora. Um sujeito casado, residente no Centro-Oeste, sem filhos, na faixa dos 45 anos de idade, funcionário público há 21 anos, em busca de sua independência financeira.
Boa parte da população não sabe o que é FIRE (Financial Independence and Retirement Early ou Aposentadoria e Independência Financeira Cedo). A pessoa adepta deste modo de vida, por assim dizer, vive o presente, pensando no futuro. Não é um avarento, como muitos o julgam. É apenas um indivíduo que não quer ficar dependente do governo para alcançar sua aposentadoria no futuro (você confia no governo de seu País?). É aquele sujeito que ter o máximo de controle de sua vida financeira (porque total controle é utopia) para minorar o risco de ter surpresas desagradáveis no futuro.
Mas alguém pode criticar, fazendo a seguinte indagação: Por que você está acumulando dinheiro para usufruir no futuro se você pode morrer amanhã? Já ouvi esta indagação mais de uma vez.
Primeiro ponto que merece destaque. No mundo de hoje em que a tecnologia impera, todos querem saber tudo de todo mundo. É muito fácil julgar. Então, você que já possui a mentalidade FIRE ou pretende adotá-la, deve ignorar este tipo de comentário, pois a vida e o patrimônio são somente seus. Você não deve satisfação a quem quer que seja. Ninguém paga suas contas ao final do mês.
A segunda questão a ser levantada é que cada pessoa tem um estilo de vida. Um sujeito pode receber R$ 20.000,00, mas é feliz, gastando R$ 3.000,00, ao mês, por exemplo. Que mal há nisso? Ele vai queimar nas labaredas do Inferno (se você acredita nelas) pelo motivo de conseguir poupar R$ 17.000,00 ao mês? Se você é feliz, gastando pouco dinheiro, qual é o problema? Outra pessoa ganhando os mesmos R$ 20.000,00, mensalmente, precisa gastar R$ 17.000,00, ao mês, para se sentir plena. Precisamos respeitar a individualidade de cada um. Parar de apontar o dedo. Normalmente, quem faz este tipo de julgamento é uma pessoa invejosa que, no fundo, gostaria de ter a capacidade de poupar que o FIRE tem.
Os judeus, por exemplo, sofrem com a pecha de serem avaros. Mas veja o contexto histórico. Coloque-se no lugar de um judeu durante a Segunda Guerra Mundial. Imagine que você tem cônjuge e filhos para sustentar. A pessoa que passou por este tipo de provação acaba criando um mecanismo mental que o incentiva a pensar mais no futuro, pois sabe que existe uma linha muito tênue entre um vida confortável hoje e a falta do que comer no dia seguinte.
Para o FIRE, aplica-se o mesmo raciocínio. Ele não deixa de viver o presente (nem sempre é fácil estabelecer o limite de gasto entre o viver o hoje e aquele montante para a aposentadoria), mas cria um colchão financeiro que lhe vai permitir viver de rendimentos no futuro, continuando a trabalhar ou não. Ele pode até estar aproveitando menos a vida hoje, porque está fazendo sua poupança, mas quando o dia do livramento financeiro chegar, ele poderá viver a vida como nunca antes, pois não terá mais amarras financeiras que o impeçam.
Agora, cabe fazer uma importante ressalva. Do que adianta você alcançar um ótimo montante de dinheiro no futuro se você não tem saúde para gozar a vida depois da libertação financeira? O FIRE, a meu ver, deve priorizar sua saúde físico-emocional da mesma forma que busca aumentar o valor dos aportes ao longo do tempo, pois, de certa forma, está assumindo um risco de não conseguir viver a vida como planejou depois da aposentadoria, caso trate sua saúde de forma desleixada.
Outra temática merece ser destacada. O arrependimento. Ingressei no serviço público aos 20 anos de idade. Como sempre gostei de carros, sempre trocava de carro, quase todo ano. E sempre 0 km. Se eu tivesse naquela época a mentalidade FIRE que possuo hoje, não tenho dúvidas de que já seria um milionário. É impressionante como você perde dinheiro com automóveis, pois se desvalorizam de uma maneira desmedida. Esta conclusão pode ser aplicada facilmente a outras coisas, além de automóveis.
Hoje, vejo o carro apenas como meio de transporte. Não tenho mais esta compulsão por carro 0 km (comprei meu atual automóvel de locadora com 20.000 km rodados). E pretendo ficar com ele até quando der, até porque hoje um carro de nível intermediário não vai sair por menos de R$ 60.000,00 (até penso, no futuro mais distante, em não ter carro próprio, preferindo usar outras alternativas que estarão disponíveis e que não implicarão em gastos para mim como seguro, combustível, manutenção, etc). Imagine esta quantia rendendo a juros compostos por 22 anos (tempo que falta para eu me aposentar do serviço público). Ouvir uma boa música enquanto dirijo já me basta, mesmo sendo em um carro "pé de boi", pois o som tem o poder de lhe transportar para outros mundos, te desconectando totalmente das mazelas e dos problemas da vida cotidiana.
De vez em quando, dá uma certa angústia em imaginar como seria a minha vida hoje se tivesse começado a poupar 22 anos atrás. Mas são águas passadas. Você não pode voltar no tempo. Serviu de lição. O que importa é que agora você tem outro olhar para bens materiais que, muitas das vezes, só lhe trazem uma falsa sensação de poder e status.
Das minhas viagens ao exterior, trouxe muitos souvenirs e lembranças com a vã expectativa de que vendo aqueles objetos diariamente, me fariam recordar de bons momentos vividos em terra além mar. Da mesma forma como aconteceu com minha relação com carros, os objetos hoje para mim de nada valem. Meu intuito é vendê-los (estou me tornando minimalista). São apenas matéria, nada mais. E a vida não é feita de itens a serem guardadas e mostradas para outros indivíduos, mas de sensações e experiências, coisas que impregnam sua mente de maneira indelével. É isso que conta. Pode parecer algo clichê, mas vida existe para ser sentida em todos os seus termos (tato, olfato, olhar, audição), e não como meio para se acumular coisas.
Não vou entrar aqui na questão religiosa, mas acho que podemos afirmar de forma consciente, que havendo ou não outra vida depois desta, nada levamos da Terra. Então, que se viva enquanto tiver tempo da melhor maneira possível, respeitando o próximo e sendo você mesmo.
No próximo post, irei falar que não existe idade para se tornar FIRE, já que depois de várias decisões erradas em minha existência, apenas tive a oportunidade de começar a formar o colchão para minha independência financeira em janeiro de 2019.
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Até lá!
Muda esse fundo preto, força os olhos ler essas letras brancas nesse fundo preto.
ResponderExcluirFeito. Obrigado pelo feedback.
ExcluirOlá, Anônimo! Tudo bem? Se quiser continuar a acompanhar o conteúdo do blog, o novo endereço é www.menteinvestidora.org ok? Abraço.
ExcluirOlá Leo, parabéns por começar o caminho! Eu conheci Goiânia e as pessoas aí são muito ligadas em carro mesmo. Não se culpe por ter trocado muito de carro, pelo que escutei isso é o normal. Difícil é se desvincular do seu meio como vc fez! Parabéns!
ResponderExcluirOlá Sempre Sábado! Tudo bem? Já estou seguindo o seu blog. É isso mesmo! Goiânia é a terra das pick ups por causa dos "fazendeiros" e, realmente, o pessoal aqui dá muito valor a automóveis. Mas a sensatez/maturidade vem com os anos. Hoje, sou um "ser liberto". Ando de Fiat Fiorino 1.4 com suspensão "nhec nhec" e sou feliz. Futuramente, vou explicar o motivo de ter comprado este tipo de veículo. Abraço!
ExcluirOlá, Sempre Sábado! Tudo bem? Se quiser continuar a acompanhar o conteúdo do blog, o novo endereço é www.menteinvestidora.org ok? Abraço.
ExcluirGostei do post. Foi tão rico que dariam para fazer dois ou três. Eu como poupador deixaria no estoque de ideias (hehehe).
ResponderExcluirOlá, Anônimo! Tudo bem? Realmente, muitas ideias na cabeça e uma vontade enorme de alimentar meu blog, depois de ter sido incentivado por outro bloqueiro FIRE (AA40) que está na lista de quem eu sigo à direita.
ExcluirMas pretendo voltar a muitos temas tratados neste post inicial com mais calma em publicações futuras, já que aqui ficou muito resumido para a leitura não ficar penosa à audiência. Obrigado!
Olá, Anônimo! Tudo bem? Se quiser continuar a acompanhar o conteúdo do blog, o novo endereço é www.menteinvestidora.org ok? Abraço.
ExcluirVou te add no blogroll. Tb sou goiano e funça público. Abraço
ResponderExcluirOlá, Gari Advogado. Já incluí o seu blog na minha lista à direita. Encontrei o seu site na lista do AA40. Vamos manter contato já temos muito em comum. Abraço.
ExcluirLéo...A qualidade de suas postagens me impressiona.
ResponderExcluirObrigado pelo elogio, Jovem Aportador! Abraço.
ResponderExcluirOlá Léo!
ResponderExcluirSeja bem vindo a Finansfera!
Legal começar um blog para expor suas ideias. O início as vezes é difícil mas aqueles que realmente querem, persistem e mantém um blog por anos.
Vou acompanhando por aqui.
Forte abraço!
Olá, BP Milhão. É um prazer tê-lo aqui. Estou sempre acompanhando o seu trabalho nas redes sociais. Gostei do último vídeo no YouTube sobre o custo do dólar para remessas internacionais. Inscreva-se para receber avisos de novas postagens. Abraço!
ExcluirOlá, BP Milhão! Tudo bem? Se quiser continuar a acompanhar o conteúdo do blog, o novo endereço é www.menteinvestidora.org ok? Abraço.
ExcluirOlá, Mente Investidora!
ResponderExcluirIntrodução perfeita a sua! Cheio de detalhes e muito bom para conseguir ver a sua filosofia e princípios.
Gostei de como você leva bem forte a importância da frugalidade, tanto que fez até que eu - visto por muitos da família como o Tio Patinhas - pensar que estou pouco frugal! Haha
E realmente; FIRE nunca é tarde para se começar, qualquer esforço que te eleve e te traga para liberdade pessoal maior é valioso.
Vou te adicionar lá no meu blogroll. Obrigado por ter me adicionado!
Abraços e seguimos em frente!
Pinguim Investidor
https://pinguiminvestidor.com