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terça-feira, 22 de outubro de 2019

Qual é o seu Santo Graal?

Como vai você?

Neste post, vamos falar de propósito de vida.

Você deve estar aqui porque está em busca de sua independência financeira. Daí, faço a seguinte indagação. Este objetivo é o meio ou o fim de sua vida?

Vou falar por mim. A liberdade financeira, em minha modesta visão, não pode ser a meta final para nenhum investidor, pois é algo vazio. Quando atingir este ponto, é possível, para não dizer provável, que você não se sentirá realizado. Pode parecer piegas, mas dinheiro ajuda a trazer felicidade, mas nunca foi e jamais será significado de plenitude para um ser humano.

Muitos dizem que é salutar você continuar laborando, mesmo já vivendo de rendimentos. Você trabalhará por prazer e não por obrigação, não tendo que passar raiva com a chefia ou com colegas de trabalho, enfrentar prazos apertados, stress, congestionamento, etc. Você ainda tem a opção de empreender (vou falar sobre isso em post futuro sobre minha má experiência a respeito).

Mas mesmo fazendo alguma coisa após ter atingindo a meta, você ainda não terá garantia de que terá alcançado a felicidade.

De igual maneira, dependendo de seu perfil, mesmo depois de ter alcançado sucesso na empreitada, você, talvez, por um sentimento de intensa preocupação com o futuro, poderá se sentir motivado a continuar a poupar, deixando de desfrutar da vida que, basicamente, é o escopo do FIRE.

O termo felicidade é muito subjetivo (veja mais aqui), mas, em poucas palavras, corresponde à ideia de plenitude de um indivíduo que possui paz interior. Podemos afirmar, tranquilamente, que a felicidade é provavelmente o principal objetivo de qualquer ser humano em vida.

A felicidade varia de pessoa para pessoa. Eu, por exemplo, sou muito caseiro e econômico por natureza e não sinto um pingo de inveja de quem vive ostentando nas redes sociais, andando de carro importado 0 km todo ano ou morando no melhor prédio da cidade. Para outros, isso pode ser relevante, fazendo com que a pessoa se compare com o outro, o que pode se tornar um comportamento nocivo para ele mesmo, ainda mais em tempos em que a sociedade, de maneira geral, faz-se tão presente na Internet.

Alguns conseguem ser felizes morando debaixo de ponte ou não tendo um bem material sequer. Madre Teresa, Chico Xavier, dentre muitos outros, foram indivíduos que demonstraram por meio de seu comportamento que posse de riqueza não é sinônimo de felicidade.

Voltando ao meu caso. Já narrei aqui que o fato de ser funcionário público me traz tranquilidade quanto à remuneração mensal. Por conseguinte, aliado ao custo de vida baixo que eu e minha esposa empregamos no dia-a-dia (conheça um pouco de nossa história aqui, aqui e aqui), conseguimos atingir um grau bastante razoável de economia mensal. Você poderá pensar que isso me completa imensamente, pois é sinal de que minha jornada para me tornar FIRE será curta para o padrão do brasileiro assalariado.

Ledo engano. Este entendimento, de forma alguma, aplaca as minhas dores, minha angústia existencial. A pergunta que mais faço a mim mesmo não é "Como faço para conseguir aumentar a rentabilidade de minha carteira previdenciária?", mas sim, "Por que estou vivo, qual é a minha missão na Terra, qual é o propósito de minha existência?".

Entenda que não estou querendo ser esnobe com este desabafo. Alguns podem achar que sou uma pessoa ingrata por ter boa condição econômica e ficar procurando chifre em cabeça de cavalo. Mas garanto que este sentimento é muito presente em minha vida e me fez escrever este artigo. Vejo a doação (de tempo ou de dinheiro) como um válvula de escape para aliviar o sofrimento. Não faço por obrigação, mas porque sinto necessidade em fazê-lo.

Não procurei especialista, mas não duvido que sofra, em algum grau, de depressão, pois há momentos em que me vejo muito sem vontade de fazer nada. É como se nada tivesse valor. E depressão não é coisa de gente fresca, é real e pode, em último caso, levar a eventos catastróficos para a pessoa que padece deste mal.

Sendo bem sincero com você, preferiria receber menos e morar em uma sociedade mais justa e onde o fosso entre o salário mais alto e o mais baixo fosse o mínimo possível, pois acredito que inconscientemente, todo ser humano, sociável como é de sua natureza, gosta de ver os outros bem e não mendigando nos sinaleiros e catando comida das lixeiras.

Por falar nisso, acabou de sair um relatório do IBGE (veja aqui) mostrando que nunca antes na história do Brasil, a diferença entre os ricos e pobres foi tão grande. Respeito a opinião de cada um, mas esta notícia me preocupa, pois, o horizonte de futuro para a sociedade pode se tornar bastante sombrio. Não adianta querer esconder as verdades. A realidade é que muitos que se revoltam com esta situação (vivem na miséria pois não conseguem emprego - o avanço da tecnologia irá trazer ainda muitos prejuízos para o mercado de trabalho, a meu ver) e uma parcela destes, invariavelmente, irá partir para o mundo do crime. Não estou querendo desculpar este comportamento e aqueles preguiçosos que não querem estudar e evoluir (este mal está tomando conta da sociedade moderna de uma maneira avassaladora). Mas reconheço que tenho uma visão pessimista do futuro quanto à esta problemática e, hoje, não vejo solução para a mesma.

Este sentimento de desalento quanto ao futuro contribui para estes momentos depressivos que passo de tempos em tempos. Como expliquei aqui, a natação me ajuda a afastá-los.

Tenho certeza que esta temática da depressão será objeto de novas discussões neste espaço, pois confio que muitos padecem do mesmo mal que já é chamado por alguns como o mal do século XXI.

Daí, pergunto a você: Qual é o seu Santo Graal?

Continuamos nosso bate-papo no próximo post.

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Até mais!

2 comentários:

  1. Legal ver o seu ponto de vista, que é mais humilde. Realmente lendo e ouvindo outras pessoas falarem a gente não tem noção de que cada um é cada um. Eu mesmo, já me sinto um pouco do inverso do que vc sente, pois eu sinto sim um pouco de inveja da vida de ostentação (sem a parte de ficar se expondo) e persigo isso por toda a minha vida.

    Parabéns pelo post.

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  2. Senhor Engenheiro Investidor, obrigado pelo feedback! Inscreva-se para receber avisos de novos posts, caso queira. Abraço.

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