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terça-feira, 29 de outubro de 2019

O princípio de Pareto e a necessidade de diversificar

Olá! Tudo bem?

Se é sua primeira vez aqui, conheça um pouco de minha história aquiaqui e aqui. Recomendo, fortemente, que leia também todos os posts deste espaço para sentir como sou, como penso, pois você pode se identificar com o Mente Investidora. Ler apenas um post pode te induzir a ter uma interpretação errônea de quem eu sou e como busco a independência financeira. Fica a dica. 

Já ouviu falar do Princípio de Pareto?


Também conhecido por regra do 80/20, prescreve que aproximadamente 80% dos efeitos são resultantes de 20% das causas (veja mais aqui). Tal raciocínio pode ser aplicado nas mais diversas esferas da vida cotidiana (veja exemplos aqui).

Falando especificamente sobre investimentos, podemos afirmar que 20% dos ativos integrantes de sua carteira contribuem na medida de 80% para o resultado de rentabilidade da mesma.

A grande dificuldade para o investidor é determinar quais ativos tem o poder de gerar taxa de retorno tão expressiva. Grosso modo, é lícito dizer que a renda variável seria o ambiente natural onde poderiam ser encontrados tais ativos, sendo que as ações seriam a aposta mais racional (fundos imobiliários, historicamente, tem menor volatilidade).

Todavia, devemos ter em mente que da mesma forma que o mercado de ações sobe (bull market, veja mais aqui), temos os períodos de baixa (bear market, veja mais aqui). São os ciclos econômicos. São totalmente previsíveis e nada pode o investidor fazer para impedir sua ocorrência, sendo impossível adivinhar quando acontecerão os momentos de pico e de máxima depressão (market timing).




Se todos nós estamos sujeitos à ação dos ciclos econômicos, a meu ver, a única maneira de diminuir o risco é diversificar, ao máximo, os ativos da carteira, além de possuir liquidez em 100% do tempo. Como sabemos de antemão que os períodos de baixa sempre irão ocorrer, este é o melhor momento para comprar "barganhas", isto é, boas empresas a preços aquém de seu valor justo (lembre-se que preço não é a mesma coisa que valor - veja mais aqui). Esta disponibilidade financeira é chamada de reserva de oportunidade.

As "pechinchas" aparecem porque muitos investidores (aqueles que não sabem como o mercado funciona, não estudam constantemente os ativos integrantes de sua carteira e não possuem a mentalidade para assumir o risco inerente ao mercado acionário) vendem, no desespero, criando o "efeito manada". Aqui, cabe lembrar a lição do megainvestidor Warren Buffet de que as ações são feitas para indivíduos pacientes.

Admito que nem sempre é fácil controlar aquela ansiedade característica de uma pessoa que possui controle de sua vida financeira de usar o aporte proveniente do salário recebido no mesmo dia ou nos dias subsequentes ao de seu recebimento. Parece que a "mão coça", que a cada dia que passa, aquele valor está deixando de rentabilizar "parado" na conta bancária. Entretanto, devemos cortar este impulso, agindo com razão, pensando na estratégia de âmbito mais amplo, com efeitos mais duradouros ao longo da jornada, para alcance da independência financeira.

Frise-se que a adoção deste comportamento não é desculpa para você investir em ações apenas quando estivermos na fase do bear market, até porque é impossível determinar quando se darão o seu início e o seu término. Por conseguinte, acredito que a melhor maneira de lhe dar com este problema é estar sempre exposto ao mercado (de acordo com o grau de risco que você está disposto a assumir), mas tendo sempre uma reserva de dinheiro para comprar mais ativos quando o mercado de baixa chegar.

Penso que os 20% previstos no princípio de Pareto são as ações compradas durante o bear market. Se a escolha dos ativos adquiridos for bem sucedida, o ganho exponencial na rentabilidade nos próximos anos, até a ocorrência do próximo mercado baixista, é bastante real. Você pode ver seu patrimônio dar um salto expressivo em poucos anos. Consequentemente, o prazo para o atingimento da liberdade financeira será reduzido.

Acho, enfatizo, acho que podemos ter oportunidades em breve. Não sou vidente, é apenas o meu feeling. A proximidade das eleições nos EUA trará, a meu ver, volatilidade ao mercado acionário mundial. Sinceramente, não creio que Trump sofrerá impeachment, pois tem maioria no Senado. Entretanto, a depender de quem será o concorrente democrata, sua reeleição correrá riscos.

Ademais, particularmente, não acredito que a economia estadunidense esteja tão bem assim como seu presidente prega aos quatro ventos. O mero fato da taxa de desemprego estar baixa não significa que não há problemas. Seria uma visão muito simplista reduzir a economia de uma nação de milhões de habitantes a apenas uma variante (nível de emprego). Ademais, os juros quase negativos, o incontrolável crescimento de sua dívida pública (veja aqui), novos quantitative easings (veja mais aqui), empresas listadas no SP500 (veja mais aqui), bastante deficitárias, captando dinheiro de forma injustificável (Uber, WeWork, Beyond Meat, etc), são fatores que me fazem ficar preocupado com a economia dos EUA.

Isso sem falar da guerra comercial com a China e as constantes provocações de natureza bélica que Trump faz. Sinceramente, penso que Trump ganha dinheiro a cada vez que fala alguma coisa no Twitter. Como ele sabe que o posto que ocupa tem enorme importância no mundo, ele toma suas posições, mesmo que usando testas de ferro, faz o anúncio na rede social, sabendo qual será a reação do mercado, e ganha em cima. É o maior trader do mundo. Deixando posicionamentos político-ideológicos de lado, não acho correto o uso do cargo  público para ganhos patrimoniais.

Se houver uma forte correção (alguns esperam que será maior do que a de 2008 - crise do supbrime - veja mais aqui), até porque os problemas desta última não foram solucionados quase 13 anos depois, todos os mercados mundias irão sentir, nas mais variadas intensidades.

Talvez, no Brasil, a queda não seja absurda porque: nossa economia está em um estágio diferente do da economia norte-americana; há expectativa de que com as reformas (previdência, tributária e administrativa), o país volte a crescer de maneira consistente nos próximos anos; algumas empresas listadas na B3 estão aproveitando o momento de juros baixos para diminuir a dívida e/ou investir para aumentar a produção quando o cenário melhorar, aumentando, assim, a lucratividade.

Como já disse neste espaço, procuro ter a cabeça o mais aberta possível. Leio de tudo, várias correntes, desde os extremamente otimistas que esperam a B3 alcançar 150.000 pontos em breve (não acredito) até os mensageiros do apocalipse (alguns dizem que depois da próxima crise que se avizinha, os governos serão obrigados por pressão dos cidadãos a adotarem moedas digitais que tenham alguma forma de lastro, o que hoje não existe para o papel moeda) para eu chegar às minhas próprias conclusões.


Em vista deste cenário, hoje, dia 29/10/2019, tenho a seguinte estratégia. Se o dólar continuar a cair (levei dinheiro para a corretora nos EUA na semana passada, com dólar a R$ 4,07 - veja mais aqui), o meu aporte em novembro será novamente destinado aos EUA, apesar de que não farei compras com ele. Ficará em conta, já que não pago taxa de manutenção, pois estou esperando a correção para comprar "de carrinho".

Se a cotação do dólar voltar a subir, vou começar a formar minha reserva de oportunidade em Real, pois, como expliquei acima, preciso estar preparado para comprar "barganhas" quando o bear market chegar a fim de possibilitar a atuação do Princípio de Pareto.

Continuamos nosso bate-papo no próximo post.

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Até mais!

4 comentários:

  1. É impressionante como o princípio de pareto está em nossas vidas, vejo o tempo todo na engenharia assim como pitágoras.

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  2. Bacana pensar em Pareto para balanceamento de carteira. Nunca pensei dessa forma, mas gostei achei uma abordagem interessante.

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    1. Obrigado. Se gostar do conteúdo, inscreva-se para receber avisos de novas postagens. Abraço.

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  3. Pareto é algo que se analisarmos, é oque sempre acontece. Boa parte de minha renda vem dos mesmos clientes.

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